Avestruz

 

Potencial do Animal

Introdução

Avaliando o consumo de carne bovina no Brasil que hoje é estimada pelo Sindicato da Indústria da carne e derivados é de 5,0 milhões de toneladas por ano, façamos uma previsão de participação de 1 % da carne de avestruz no mercado interno, o que significa 50 mil toneladas por ano. Se cada avestruz abatido fornecer em média 30Kg de carne, seria então necessário um abate anual de 1,5 milhões de aves. Para este potencial de produtividade, necessitaríamos formar um rebanho de 55 mil fêmeas e até 55 mil machos, totalizando 110 mil reprodutores. Considerando que atualmente o efetivo nacional não chegou a esse número de reprodutores, o mercado da venda de aves jovens para reprodução é bastante favorável.

Produtividade

Por se tratar de atividade nova no Brasil, os parâmetros apresentados a seguir baseiam em literatura norte americana, ou seja, valores médios obtidos para a produtividade de avestruzes criados nas fazendas dos EUA.

Período de vida produtivo 35 a 40 anos
Esperança de vida 70 anos
Porcentagem de reposição por ano 3%
Número de ovos férteis/ave/ano 40
Porcentagem de pintos nascidos por ovos férteis 50%
Número de pintos com 30 dias por fêmea 18
Porcentagem de perdas de 1 a 6 meses 16%
Número médio de avestruzes de ano/fêmea/ano 14
Fonte: Jobes, 1995

 

Gestação/
Incubação
Período Engorda Animais Abatidos/
Fêmeas/ano
Produção Carne Produção Couro Produção Plumas
42 dias 1 ano 20 a 30 aves 750 Kg 30 m2 30 Kg

Vantagens

- Sensibilidade do consumidor a carnes alternativas mais saudáveis;
- Unidade animal/área;
- Mão de obra disponível;
- Tradição no tratamento e utilização de couros;
- Tradição Agropecuária;
- Condições ambientais favoráveis.

Desvantagens

- Investimentos altos;
- Inicialmente, demanda a importação de muitos animais;
- Falta de experiência técnica;
- Carência no suporte da criação (rações, equipamentos, etc.).

O mercado da criação de avestruz não foge muito à regra do início de uma nova atividade zootécnica em um país. Como a própria história revela: os EUA começaram a criar avestruzes por volta de 1975 e somente 20 anos depois se iniciou o abate naquele país. Na Itália criam-se avestruzes desde 1979 e só recentemente se montou um abatedouro naquele país.

Acompanhando a evolução mercadológica, dividimos a criação em duas fases:

- 1ª fase (Breeding phase), caracterizada pela comercialização de reprodutores, onde o valor agregado do animal é elevado, inviabilizando o seu abate. Dependendo da intensidade da criação, esta fase dura cerca de 10 anos ou mais.

Tabela: média de preços nas diversas regiões dos Estados Unidos:

Reprodutor Avestruz macho Avestruz fêmea
0 a 3 meses US$ 300,00 US$ 450,00
4 a 9 meses US$ 200,00 US$ 500,00
+de 12 meses (par) US$ 1.000,00 US$ 3.000,00
2 anos (par) US$ 4.000,00 US$ 5.000,00
Reprodutores (par) US$ 5.000,00 US$ 12.000,00
Ovos férteis: de US$ 70,00 a US$ 125,00
Fonte: Ratite Markplace, fev. 1996

- 2ª fase (commercial phase), caracterizada pela comercialização de animais para o consumo. O número de animais disponíveis, agora é elevado, reduzindo o seu valor de mercado como reprodutor, viabilizando a sua exploração no abate.

 

Generalidades

 

Histórico

O avestruz vem sendo utilizado para a produção de penas há mais de mil anos. Aparece citado no Antigo Testamento, e o comércio foi intenso na Era Egípcia, Assíria e Babilônica. Também nos tempos das Cruzadas, suas plumas foram trazidas para a Europa e tornaram-se famosos adornos da realeza como das rainhas Maria Antonieta, da França e Elizabeth, da Inglaterra (séc. XVI e XVII). O habitat do Avestruz se estendia das regiões secas e áridas da África, incluindo a África do Sul, África Leste e o Saara, até os desertos do Oriente Médio. No entanto a caça excessiva colocou em naco esta espécie. Em 1875, devido a grande matança para a coleta de plumas, muitos avestruzes do Norte da África haviam sido exterminados (Jensen et al. 1992). No final do século XIX, existiam poucos avestruzes no Norte da África e foram considerados extintos na Ásia Ocidental. Depois, desapareceram da Síria e, por volta de 1930 o avestruz quase que é exterminado na Ásia.

Foi a domesticação que salvou a espécie. Na África do Sul, em 1863, foram estabelecidas as primeiras fazendas de avestruzes, os trabalhos de Arthur Douglas, que publicou em 1881 o primeiro livro sobre o assunto; Ostrich Farming in South África. Em 1913, as penas do avestruz ocupavam o 4º lugar nas exportações daquele país. Com a chegada da 1ª e 2ª guerra mundial, houve um colapso desse mercado, e em razão disto, os fazendeiros sul-africanos começaram a explorar outros produtos do avestruz: a carne e o couro. Em poucas décadas esta atividade se expandiu e as aves foram levadas para outros países na América do Norte destacando-se os EUA, que hoje possui o segundo maior plantel de animais. Na América do Sul, no Brasil chegou comercialmente em 1994.

Na África do Sul, há dois tipos diferentes de exploração de avestruz: para a produção de penas e para a produção de carne e couro. Nas fazendas voltadas para a exploração de penas, tanto os machos quanto às fêmeas são depenados par ocasião da muda natural, o que ocorre cerca de três vezes a cada dois anos. Nestas fazendas, os ovos são incubados artificialmente, para evitar que as penas sejam danificadas quando a ave fica no ninho. Na incubação natural, os machos e as fêmeas se revezam para chocar os ovos, deitando-se sobre eles. Em geral, os ovos são levados para serem incubados fora da propriedade, em incubatórios de terceiros. Após o nascimento, os filhotes retomam para o dono. Este sistema poderá vir ser adotado no Brasil como forma do baratear a produção, podendo ser efetuado através de cooperativas. Na África do Sul, a carne e o couro representam 85% do faturamento da indústria de avestruzes. As aves, na sua maioria criadas confinadas, são abatidas entre os 12 a 14 meses de idade. São poucas as fazendas que realizam todas as etapas de produção, do ovo ao abate. Geralmente as tarefas são divididas em etapas, um produtor cria os pintinhos até a idade de três meses e meio, vende para um outro produtor que faz a recria até os sete ou oito meses, vendendo-as então para serem terminadas até a idade do abate, ou seja, em tomo dos quatorze meses. Cerca de 50 mil a 120 mil avestruzes são abatidos anualmente para a obtenção de carne, couro, produtos secundários e penas. Estes dados, relativamente baixos, indicam que um número significativo de aves é mantido para a produção de penas.

A África do Sul mantém uma venda regular de penas de avestruz. As melhores são exportadas para a Europa e América, enquanto as penas menores são usadas na fabricação de espanadores. Nos EUA estão sendo usadas também pela indústria automobilística, para a limpeza do carro antes da pintura, e pelos fabricantes de computadores, em virtude das suas propriedades de atrair as partículas de poeira.

Classificação zoológica

A classe das aves divide-se em duas superordens, a superordem Paleognathae (aves sem quilha, ou crista lamelar mediana, no osso esterno) e superordem Neognathae (aves com quilha no osso esterno). Pelo estudo dos fósseis, é possível reconhecer que as aves paleognatas eram muito mais numerosas que na atualidade.

O avestruz pertence ao grupo das aves ratitas, da superordem das Paleognatas, e apresenta características anatômicas o fisiológicas que a diferenciam das aves carinadas, entre as quais: a ausência de quilha no osso esterno, a perda da capacidade de vôo, a falta da glândula uropigiana e a separação de fezes e urina na cloaca (Sick, 1985). As ratitas são, em geral, consideradas as aves atuais mais primitivas do ponto de vista filogenético ou, mais exatamente, constituem um grupo muito antigo, atualmente especializado (Cracraft, 1974; Sick, 1985).

Conhecem-se quarenta e sete espécies de aves ratitas extintas, entre as quais mencionam-se as moas (Dinomithidae), as aves elefantes (Aepyomithidae), o Sylvornls de Nova Caledônia e outras espécies, relacionadas com os grupos viventes (Sibley & Alquist, 1981). Existem dez espécies de aves ratitas atuais: o avestruz (Struthlo camelus) da África e Arábia, duas espécies de emas (Rhea americana e Pterocnemia pennata) da América do Sul, o emu (Dromaius novaehollandiae) das planícies da Austrália, três espécies de casuares (Casuarius bennetti, C. casuarius, C. unappendiculatus) da Austrália, Nova Guiné e ilhas vizinhas, e três espécies de kiwis (Apterix haastii, A. owenil, A australis) da Nova Zelândia (Natura, 1987).

As semelhanças morfológicas, bioquímicas, moleculares, genéticas, parasitológicas e comportamentais entre as aves ratitas fazem supor uma origem comum ou monofilética destas aves. No caso dos avestruzes e das emas, consideradas, entre as aves ratitas, as mais especializadas (Cracraft, 1974), supõe-se que sua separação tenha ocorrido há 80 milhões de anos (Sibley & Alhquist, 1981; Sibley & alhquist, 1986), quando se completou a separação das duas placas tectônicas que deram origem á América do Sul e África.

As evidências geológicas indicam que estes dois continentes começaram a se separar pelo sul. E provável que o contato existente entre o Brasil e o oeste da África, durante o período Cretáceo médio, há cerca de 100 milhões de anos, já teria sido desfeito no Cretáceo tardio, há aproximadamente 80 milhões de anos, por uma separação de cerca de 800 Km. Por outro lado, a separação entre África e as Ilhas Canárias parece não ter sido completada antes de 12 milhões de anos atrás, a julgar pelas evidências obtidas nas análises das cascas dos ovos de avestruz encontradas na Ilha de Lanzarote, a leste das Canárias (Sauer & Rothe,1972).

Classificação

Classe: Aves
Subclasse: Neornithes
Superordem: Paleognathae
Ordem: Struthioniformes
Família: Struthionidae
Gênero: Struthio
Espécie: Struthio camelus, Linn

Existe uma única espécie de avestruz e seis subespécies, vulgarmente agrupadas em três tipos: African black (a doméstica), Redneck e Blueneck:

- Struthio camelus massaicus (Redneck): pele avermelhada, encontrado no Quênia e Tanzânia;

- Struthio camelus molybdophanes (Blueneck): pele azulada, encontrado na Somália, Quênia e Etiópia, sendo a variedade mais distinta; apresenta o topo da cabeça sem penas; a pelagem do pescoço e das coxas é azulada, a plumagem do corpo dos machos é preta e branca e nas fêmeas a coloração é cinza mais suave;

- Struthio camelus synacus (Blueneck): considerado extinto na década de 1940; habitavam os desertos da antiga Palestina e Pérsia; Com relação à vocalização, pode-se dizer que esta ave é muda. Os filhotes da avestruz piam desde a fase final da incubação, ainda dentro dos ovos, até os primeiros meses de vida, com o tempo, deixam de emitir sons. Na época do acasalamento, no entanto, o macho, infla o pescoço e emite sons parecidos com rugidos, primeiro curtos, depois longos.

- Struthio camelus camelus (Redneck): pele vermelha - encontrado no Norte da África, tinham sua área nativa da Mauritânia até a Etiópia, tem a parte superior da cabeça desprovida de penas e rodeada de pequenas penas duras de coloração parda, que descem pela parte posterior do pescoço: as penas do corpo são pretas, enquanto que as das asas e da cauda são brancas a pele do pescoço é rósea; as penas do corpo da fêmea são marrom-escuro, sendo as das asas e da cauda mais descoradas;

- Struthio camelus australis (Blueneck): animal oriundo do Sul da África, Zimbábue e Namíbia, atualmente limitadas aos parques e pequenas regiões da Namíbia;

- Struthio camelus var domesticus (African Black): oriundo do cruzamento entre synacus, camelus e australis, geralmente identificado como S. c. australis; apresenta penas na cabeça, seu pescoço é cinza, avermelhando-se na estação de reprodução, e a cauda é marrom.

Existe um mito de que o avestruz enterra a cabeça no chão quando amedrontado, mas não é verdade. O comportamento defensivo destes animais é bem característico. Quando pegos de surpresa, os filhotes, os animais mais jovens e eventualmente algum adulto, agacham-se, esticando o pescoço rente ao chão procurando camuflar-se na vegetação. Somente quando no ninho, as fêmeas escondem a cabeça na areia, para não serem vistas a distância. Talvez venha daí o popular mito sobre o seu comportamento.

A variedade doméstica atinge a maturidade sexual entre dois a três anos, sendo as fêmeas mais precoces do que os machos. O macho, quando adulto, é maior que a fêmea e tem plumagem diferenciada, plumas pretas pelo corpo e brancas nas pontas das asas e cauda A fêmea possui plumagem acinzentada ou amarronzada. À medida que o animal cresce, acentuam-se as diferenças entre falo do macho e da fêmea, e, por volta de 5-6 meses, os animais podem ser diferenciados simplesmente observando-os, durante a micção/defecação: ocorre inversão parcial da cloaca com exteriorização do falo que pode ser visualizado, mesmo a distância. 

O avestruz possui apenas dois dedos, diferindo da ema, que tem três. E dotado de um par de asas rudimentares, as quais não possui amplitude para vôo, mas auxiliam no equilíbrio do animal nas corridas. Esta ave pode alcançar velocidades de até 80 Km/h. Possui temperatura corporal entre 38,5 a 39ºC (é uma temperatura baixa para uma ave; a galinha, por exemplo, tem uma temperatura corporal em torno de 41ºC). É dotado de um aparelho digestivo, que se inicia no bico, seguindo pela faringe, esôfago, não apresentando papo (comum nas aves Neognatas), com dois estômagos, um glandular e outro musculoso, intestino delgado longo, intestino grosso (dotado de dois cecos bem desenvolvidos, onde ocorre intensa digestão microbiológica. havendo o aproveitamento da fibra vegetal), encerrando na cloaca. As fezes são excretadas separadas da urina, a qual apresenta parte liquida e parte sólida. É um animal que não sente o paladar dos alimentos.

Características

O avestruz é a maior ave existente, com altura média, do chão até a cabeça, variando de 2,0 a 2,5m, sendo aproximadamente 0,90 m de pescoço e 1,0m de pernas. O comprimento do corpo é cerca de 2,0 m As aves adultas pesam, em média, 130 a 150 Kg.

A longevidade é outro aspecto positivo desta espécie. Na natureza, o avestruz se reproduz até 30 a 40 anos Em cativeiro, as domésticas são capazes de procriar até os 50 anos, podendo viver até 60 a 70 anos Uma fêmea adulta põe em média 30 a 50 ovos por ano no período. Algumas poedeiras chegam a pôr mais de 100 ovos. Os ovos pesam em média 1,2 a 1,8kg (equivalente a mais de 20 ovos de galinha); se férteis, 00quando incubados, levam de 42 a 43 dias para eclodirem. Os pintinhos nascem com 25 cm de altura e cerca de 1 Kg de peso vivo.

São aves sociáveis, vivem em bandos. Na natureza, vivem em conjunto com outros animais. Seu comportamento se modifica por ocasião do período reprodutivo, quando alguns machos e fêmeas dominantes tomam atitudes agressivas. Seu comportamento agressivo é manifestado através de chutes que são bastante perigosos.

Podem ser agrupados para acasalamento em colônias, em pares ou trios (duas fêmeas e um macho), onde uma das fêmeas é dominante (o macho a escolhe). Há uma difícil coabitação entre machos adultos, ou seja, numa criação comercial, os grupos devem ficar em piquetes separados. Na natureza, os machos chocam os ovos à noite, as fêmeas durante o dia.

A idade que exige maior atenção é do nascimento aos três meses, freqüentemente com maior taxa de mortalidade até as 4 semanas. Até os 3 a 6 meses de idade, devem ser alojados em galpão coberto, arejado, onde permanecerão durante a noite e por ocasião das chuvas. Anexo aos galpões, há a necessidade de piquetes para exercício dos filhotes, fundamental para o seu bom desenvolvimento.

O avestruz é um animal que vive e se reproduz em áreas semi-áridas, podendo vir a ser criado nos campos, cerrados e caatingas, sem necessitar desmatamento.

Os seus predadores na natureza são lagartos, gaviões, cachorro do mato, raposa e outros que poderiam pisar nos ninhos.

Instalações e Manejo

 

 

Introdução

Na criação de avestruzes, assim como em qualquer outra exploração animal, as intalações têm uma função de apoio às atividades ligadas ao processo produtivo. As pricipais funções são: facilitar o manejo alimentar, sanitário e reprodutivo; oferecer conforto e segurança aos animais; proporcionar condições para obtenção de índeces de produtividade à exploração e condições de contenção e biossegurança, impedindo que as aves tenham contato com outros animais da fauna regional, sendo esta uma exigência do IBAMA. Resuimindo, são instalações, para a criação racional de avestruzes, todas as benfeitorias necessárias para cria, recria, reprodução, incubação e manejo dos animais.

Antes do início da implementação do projeto, a escolha de um bom local é imprescindível para a obtenção do sucesso. Devemos optar por uma área a mais plana possível, sem muita necessidade de utilização de solos férteis, mas com boa drenagem (solos mais arenosos) e por região com baixa pluviosidade, possibilitando, assim, um maior período de animais em reprodução e uma baixa contaminação dos ovos, fatores que proporcionarão uma maior produtivadade.

O local ainda deve ser de fácil acesso a compradores e fornecedores, pois, é importante um canal adequado para escoar a produção para o mercado. A propriedade também deverá ter fornecimento de energia elétrica, para possibilitar a incubação artificial dos ovos. É muito importante o planejamento prévio das instalações e piquetes e também sua distribuição dentro da área. Esta medida beneficia o manejo e a segurança sanitária do plantel.

Podemos dividir a propriedade basicamente em 4 setores: setor de incubação; setor de creche ou cria; setor de recria e setor de reprodução. A distribuição dos setores deverá ser feita de tal maneira que, animais e funcionários, que tenham contato com avestruzes de uma categoria mais velha, e que tenham de passar por setores com animais de categoria mais jovem, realizem uma adequada higienização, diminuindo assim, os riscos de contaminações diversas.

No manejo diário, os funcionários deverão ser alocados por setor ou estabelecer uma rotina, de forma a respeitar o fluxo de idade dos animais, entre os diferentes setores, ou seja, os trabalhadores devem ser iniciados pelo manejo dos animais mais jovens, passando-se, depois, para as categorias com mais idade.    

Contenção

Os avestruzes comportam-se de forma imprevisível em diferentes situações de manejo. Os machos, em particular, durante a estação de reprodução podem ter comportamento muito agressivo, o mesmo podendo ocorrer com algumas fêmeas adultas, tornando-se tão agressivas quanto os machos. Lembrando sempre da imprevisibilidade do comportamento do animal, deve-se tomar os devidos cuidados: as pessoas não podem entrar nos piquetes sem uma vara que pode ser bifurcada, com 2,5 m de comprimento e com um plástico preto fixado na extremidade para conter, caso se faça necessário, as aves agressivas. Os filhotes e a maioria das aves adultas são facilmente controladas por uma ou duas pessoas.

Para o manejo dos adultos é importante a utilização de um capuz colocado sobre a cabeça do avestruz porque, de olhos vedados, tornam-se mais dóceis. No entanto, o capuz deve permitir a entrada suficiente de ar para que a ave possa respirar livremente. O uso do capuz todas as vezes que for segurar as aves, desde filhotes, faz com que elas se habituem, reduzindo o stress.

As aves podem ser presas, usando um brete ou capturadas com uma vara curva, semelhante a um cajado de pastor, com 4 cm de diâmetro e 3,0 m de comprimento. O gancho deve ter cerca de 6,25 cm de largura, de modo a se adaptar frouxamente em torno do pescoço da ave mas de forma que a cabeça não escape Na hora de capturar, leve um grupo de aves para dentro do pátio de manejo, mesmo que apenas algumas delas devam ser capturadas. Elas devem ser tocadas e cercadas num canto do pátio. Então, a pessoa que vai fazer a captura deve se aproximar calmamente, com a vara curva pronta, com a ajuda de dois ou três auxiliares.

A aproximação deve ser feita pela lateral ou por trás, para evitar os chutes defensivos do avestruz. Então, o pescoço é preso pelo gancho da vara, na junção da cabeça, puxando, sem torcer, pois o pescoço quebra facilmente. Os auxiliares ajudam a segurar o animal, um na cauda e um em cada asa, enquanto é colocado o capuz na cabeça. Deve-se ter cuidado para que a ave não caia com o gancho em volta do pescoço. Faz-se então o manejo desejado ou o animal é conduzido ao transporte.

Alguns criadores colocam a ave em um saco grande para evitar agitação nos casos de transporte para locais próximos. A contenção manual de ratitas é potencialmente perigosa, tanto para o tratador como para o animal.

As aves ratitas reagem rapidamente quando se sentem ameaçadas e freqüentemente pulam e esperneiam, dando coices violentos para a frente. As unhas e os dedos tornam-se então armas formidáveis, portanto o pessoal deve ser orientado a reagir apropriadamente.

Os avestruzes jovens podem ser apanhados segurando as pernas firmemente e elevando a ave acima do chão. No caso de animais adultos, a cabeça é apanhada e imediatamente encapuzada, para que a visão do animal seja bloqueada. O capuz pode ser feito com um pano escuro ou uma meia grossa, com elástico na extremidade mais larga e um orifício na extremidade oposta para o bico. Um aro metálico na ponta de um bastão pode auxiliar a colocação do capuz e a condução da ave. Uma vez tendo a sua visão bloqueada, a ave sentir-se-á completamente dominada, podendo ser conduzida, agarrando-se suas asas e fazendo-se alguma pressão para baixo, para impedir que ela pule, especialmente quando passar de um tipo de piso para outro tipo com textura diferente.

Uma pressão maior e contínua fará com que a ave assente-se gradualmente. Deve-se lembrar que o avestruz não consegue chutar para os lados ou para trás. A dificuldade só existe quando se permite que a ave pule ou caia sobre um dos lados. Em todas as situações de contenção manual, deve-se instruir todos os auxiliares para que ajam de maneira coordenada, rápida e tranqüila. Deve-se ter todo empenho em não estressar os animais.

Nunca se deve amarrar um avestruz para o transporte. O esforço violento da ave para se libertar acaba provocando lesões graves. A solução ideal consiste utilizar caixotes individuais de madeira ou chapa de compensado, no tamanho da ave, com furos para a ventilação. O fundo destes caixotes pode ser revestido com capim seco. Os caixotes podem ser acondicionados em engradados, na carroceria de um caminhão ou caminhonete, jamais em caminhões-baú, em que a temperatura sobe demasiadamente e a ventilação é insatisfatória. O transporte deve ser feito na parte mais fresca do dia ou à noite.

A utilização de drogas tranqüilizantes como os benzodiazepínicos (Diazepam, Valium, etc., na dose de 5 a 1Omg/Kg de peso corporal) podem ser de grande valia para diminuir o stress dos animais durante o transporte.

A administração intramuscular de hidrocloreto de ketamina, 25 a 5Omg/Kg de peso corpóreo, e uma combinação de hidrocloreto de tiletamina e hidrocloreto de zolazepam, 2 a 5 mg/Kg de peso corporal, têm sido utilizados em ratitas, principalmente para captura, algumas vezes utilizando-se dardos e pistolas. As aves geralmente se acalmam com doses menores e desmontam com doses maiores. O uso de ketamina isoladamente pode provocar efeito paradoxal com doses baixas, ou seja, a ave pode ficar excitada. Mendes, 1990, comenta que em geral, a contenção química pode facilitar a movimentação de ratitas para dentro de gaiolas ou caixas de transporte, mas produz muitos problemas quando usada em dosagens maiores para imobilização total.

Anestesia

O halotano é um agente satisfatório para produzir anestesia geral em ratitas. A dificuldade primária ocorre durante a indução ou recuperação, quando as aves precisam ser contidas para prevenir danos. O processo de indução por respiração na máscara precisa ser cuidadosamente observado porque o padrão de respiração rápida da ave estressada poderá resultar em rápida depressão.

Uma vez que a ave tiver atravessado o período de indução, um tubo endotraqueal poderá ser facilmente passado e a anestesia mantida indefinidamente. Todas as espécies de aves irão experimentar quedas bruscas de temperatura corpórea, especialmente durante procedimentos prolongados. E recomendável que se isole o animal ou se providencie alguma fonte externa de calor para ajudar a manter a temperatura. Em algumas poucas situações, leituras cloacais de 34,5 a 35ºC, foram observadas durante procedimentos de uma a duas horas, sem que as aves desenvolvessem complicações pós-operatórias.

Em aves previamente imobilizadas com hidrocloreto de ketamina a 25mg/Kg, via intramuscular, a ketamina dada via venosa pode produzir anestesia adequada em doses de 5 a 1Omg/Kg. Doses adicionais de 5mg/Kg são requeridas a intervalos de 10 a 15 minutos para manter uma profundidade adequada de anestesia.

Manejo Alimentar

 

Segundo Groebbels, 1932, as ratitas são consideradas animais onívoros. Os avestruzes selvagens são consumidores oportunistas de alimentos, comendo uma grande variedade de plantas, sementes. frutas, flores, brotos novos e insetos. Sendo nômades, percorrem grandes distâncias a procura de alimento, freqüentemente agrupando-se próximos a uma fonte de água ou comida. Praticam o coprofagismo (ingestão de fezes) em todas as idades, tendo a sua importância, pois contribui para a formação da flora microbiana intestinal dos animais.

Com a exploração comercial do avestruz, teve início em meados do século passado, uma série de estudos e propostas de regimes alimentares para esta ave, conforme literatura sul-africana. Entretanto, enquanto para outras espécies de aves para carne, tais como os frangos e perus, as exigências nutricionais estão bem definidas, as informações sobre a alimentação de avestruzes em cativeiro são muito limitadas. Na tabela que segue, são apresentados os níveis de nutrientes das rações comerciais para avestruzes disponíveis no mercado norte-americano.

Tabela: níveis de nutrientes típicos de rações para avestruzes (segundo Muirhead,1995):

  inicial crescim/manut reprodução
Proteínas (%) 18-24 16-20 14-20
Fibras (%) 5-10 10-12 9-12
Gordura (%) 3-8 3-6 3-5
Em Kcal/Kg 2300-2600 2000-2400 2000-2300
Cálcio (%) 1,2-2,0 1,2-1,8 2,0-3,5
Fósforo (%) 0,9-1,2 0,85-1,2 1,0-1,2

Para filhotes

A alimentação vai depender do tipo de manejo e qualidade do pasto nos piquetes. Como recomendação geral, pode ser utilizado o esquema apresentado a seguir:

- 0 a 3 semanas: ração balanceada com 19% de proteína, oferecida por 12 horas, estando o filhote com calor e iluminação artificiais. Iniciar a alimentação somente 5 dias depois de eclodidos, pois primeiro precisam terminar de reabsorver o saco vitelínico;
- 3 semanas a 3 meses: ração balanceada oferecida três vezes ao dia, por períodos de 15 a 20 minutos e suplementada com 50g de verde picado/dia/ave (alfafa, beldroega, soja perene, ou similares);
- após 3 meses: mesmo procedimento anterior suplementado com feno de leguminosas, capim picado e pasto.

O acesso à pastagem dos piquetes, ajuda a treinar os filhotes a pastar e ainda promover uma função intestinal sadia. O limite sugerido de 50g/filhote/dia de alimentos ricos em fibras longas é para que não venha a desequilibrar seriamente a absorção de cálcio e fósforo. A alfafa, por exemplo, tem relação cálcio/fósforo = 6:1. A redução nos níveis de proteína é necessária para evitar excessivo ganho de peso nesta fase, que contribui para o aparecimento da síndrome do entortamento das pernas.

Deverá ser oferecida, em todas as faixas etárias, granito ou pedrinhas (variando a granulação de acordo com o tamanho da ave) para auxiliar na digestão. Não deve ser utilizado farinha de ostras para não desequilibrar a relação Ca/P.

Uma maneira prática de se determinar a granulometria das pedrinhas para cada faixa de idade, basta calcular pela metade do tamanho da unha do dedo da ave.

A recusa dos filhotes ao alimento ou à água pode ser superada através de uma das seguintes técnicas:

- introduzir filhotes mais velhos (duas a três semanas de idade) junto aos recém-nascidos; acrescentar alimento verde picado, como por exemplo, grama, espinafre, beldroega, couve ou alfafa ao alimento;
- espalhar um punhado de ração no piso e ao redor do comedouro. Os avestruzinhos preferem a cor verde e não sabem comer nos comedouros. Aos poucos, reduzir a área com alimento no chão para mais próximo do comedouro.

Aves com mais de três meses

O consumo de alimento é de 0,5Kg/dia até seis semanas de idade, aumentando gradativamente até os 2Kg/dia, com ganhos em peso variando de 100 a 400g/dia. Aproximadamente, dos 14 aos 18 meses de idade, o avestruz deve atingir o pleno desenvolvimento de seu corpo, sendo que, a partir daí, será necessário alimento apenas para manutenção. Na tabela que segue, são apresentados os valores médios de ingestão de alimentos e ganho em peso de avestruzes de 6 a 50 semanas de idade.

Tabela: valores médios de ganho de peso e ingestão de alimentos:

Idade (sem.) 6 8 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50
Peso (kg) 5,9 11,3 16,1 28,6 40,4 51,5 61,2 71,2 79,4 86,2 91,9 96,6 99
Ingestão (kg/d) 0,5 0,7 0,8 1,1 1,5 1,8 2,0 1,9 2,0 1,9 1,9 2,0 2,0
Ganho peso(kg/d) 0,27 0,34 0,45 0,41 0,38 0,34 0,34 0,30 0,25 0,18 0,16 0,11 0,10

Tabela: média de altura do avestruz por idade:

Idade (meses) 1 2 3 4 5 6
Altura (m) 0,5 a 0,7 0,65 a 1,2 0,9 a 1,65 1,0 a 1,8 1,4 a 2,0 1,75

Após atingir a maturidade sexual em aproximadamente dois anos, as aves reprodutoras devem receber uma ração especial. As taxas alimentares exigidas dependerão das condições de pastagem mas, como uma orientação, os machos e as fêmeas que não estão acasalando podem consumir aproximadamente 1 a 1,5 Kg de ração peletizada ao dia, e as poedeiras até 2 a 3 Kg e livre acesso a um volumoso de qualidade. A ração deve conter no máximo 16% de proteína. Recomendam-se pesagens periódicas para controle do peso dos reprodutores, pois aves com excesso de gordura não se reproduzem e podem vir a morrer.

Atenção: O controle da taxa de crescimento é essencial; o ganho excessivo de peso corporal é um dos fatores para surgimento de problemas de entortamento das pernas nas avestruzes jovens.

Algumas restrições alimentares podem ser adotadas a partir de três semanas de idade para reduzir o ganho de peso Portanto, é necessário a pesagem periódica dos filhotes com registro destas e de outras informações em fichas zootécnicas para auxiliar no controle da alimentação e de todo o sistema de criação. O criador deve sempre:

- Fornecer água em quantidade e qualidade (um avestruz adulto chega a beber até 10 litros de água por dia);
- Manter o alimento fresco e os cochos limpos;
- Diminuir os desperdícios;
- Manter a suplementação da ração com fibras e pedriscos, a fim de assegurar função digestiva sadia e apetite.

Em alguns casos, os filhotes não começam a comer. Para estimulá-los, é recomendável colocar filhotes mais velhos juntamente com os filhotinhos e esparramar uns punhados de ração em volta do comedouro.

Impactação

A impactação proveniente de areia, pedregulho, cascalho ou vegetais, pode ser um problema para os filhotinhos. Ela está relacionada a tendência do avestruz em ingerir matéria estranha de seu ambiente. Há uma alta incidência de impactação em filhotes com menos de duas semanas de idade, provocada pelo capim. Os filhotes com menos de 5 meses de idade, inclusive, não devem ficar em piquetes com árvores, pois eles apanham galhos. Para evitar a impactação, o material usado no piso dos piquetes de criação deve ser relativamente leve e fino.

No avestruz adulto, a impactação com areia e pedregulho (cascalho) é relativamente comum. Para impactações com areia, sujeira ou alimento, o tratamento é feito, utilizando-se eletrólitos orais e suplementação de energia. Para prevenir impactação por corpos estranhos nas aves adultas, deve-se remover materiais estranhos dos piquetes, como pedaços de arames.

Excluindo a ingestão de materiais brilhantes, pregos, etc., está provado que o maior fator para a impactação por capins, areia e outros produtos normais nas instalações, ou seja, o consumo excessivo destes produtos seria um distúrbio na alimentação provocado por situações de stress.

Para estimulação do desenvolvimento normal dos filhotes, é fundamental que eles tenham um espaço adequado no qual possam se exercitar. Nas savanas, os filhotes com menos de três meses de idade viajam 8 a 30 quilômetros por dia seguindo seus pais.

Empregar pais adotivos para motivar o exercício dos filhotes causa menos stress do que quando estes são forçados pelos proprietários das aves a se exercitarem. Na África do Sul, pais adotivos são usados para ajudar a criar os filhotes e assegurar exercício apropriado. Geralmente, as aves escolhidas como pais adotivos são mais velhas, dóceis, de fácil manejo e não ficam estressadas facilmente. Os filhotes mais velhos também tendem a ajudar os filhotes mais jovens introduzidos no rebanho.

Ração

Segue um exemplo de composição de ração comercial americana para ratitas (avestruz, emu e ema) de O a 6 meses, onde o fabricante recomenda iniciar a administração da mesma 3 a 4 vezes ao dia, em quantidade que os filhotes comam em 30 minutos. O mesmo cita a importância dos filhotinhos estarem em condições de instalação que proporcione exercitarem-se plenamente. Se os animais estiverem alcançando ganho de peso superior ao desejado, recomenda substituir por uma formulação similar, mas com apenas 18% de proteína (a referida contém 22% de proteína) para evitar o entortamento das pernas:

- Proteína bruta, não menos que 22%;
- Gorduras, mínimo de 4%;
- Fibra bruta, no máximo 8,9%;
- Cinzas, no máximo 12,9%;
- Cálcio, no máximo 1,8%;
- Cálcio, no mínimo 1,3%;
- Fósforo, no mínimo 1,0%;
- Cloreto de Sódio, no máximo 0,6%;
- Cloreto de Sódio, no mínimo 0,1%;
- Magnésio, no mínimo 0.15%;
- Zinco, no mínimo 220ppm;
- Manganês, no mínimo 250ppm;
- Cobre, no mínimo 60ppm;
- Selênio, no mínimo 0,5ppm;
- Vitamina A, no mínimo 13.200 Ul/Kg;
- Vitamina D3, no mínimo 5.200 Ul/Kg;
- Vitamina E, no mínimo 220 Ul/Kg;
- Menadiona (Vit. K3), no mínimo 6,6mg/Kg;
- Colina, no mínimo 2.640mg/Kg;
- Ácido d-Pantotenico, mm. 35,2mg/Kg;
- Niacina, mínimo 132mg/Kg;
- Tiamina, mínimo 26,4mg/Kg;
- Riboflavina (vit. B2), no mínimo 26,4mg/Kg;
- Vitamina B6, no mínimo 24,2mg/Kg;
- Ácido fólico, no mínimo 6,6mg/Kg;
- Biotina, no mínimo O,66mg/Kg;
- Vitamina B12, no mínimo 55mcg/Kg;
- Ácido Linoleico, não menos que 1,2%.

 

Manejo Reprodutivo

 

Avestruzes selvagens podem não atingir a maturidade antes dos quatro anos. Geralmente, as fêmeas em cativeiro, recebendo alimento de qualidade e em quantidades adequadas, atingem a maturidade sexual em dois anos, enquanto os machos, na maioria das vezes, atingem esta maturidade aos 2,5 a 3 anos de idade.

Em algumas regiões, a estação chuvosa dá início a estação de reprodução. No Sudeste do Brasil, a postura inicia entre julho e agosto. Embora o avestruz seja uma ave sazonal, não é raro a fêmea pôr ovos durante todo o ano. A postura atinge o máximo na primavera (setembro a dezembro, no Hemisfério Sul), e depois cai até fevereiro, quando ocorre pequeno pico de produção.

O macho e a fêmea podem acasalar duas ou três vezes diariamente. A fêmea põe um ovo em dias alternados até completar 15 a 20 ovos. Após pequena pausa, de 7 a 10 dias, o ciclo recomeçará O peso médio do ovo é de 1100 a 1600g.

Uma fêmea saudável deve pôr durante cerca de 35 a 40 anos ou mais, e com produção de 15 a 70 ovos por ano (nos primeiros anos a postura é menor, tendendo a aumentar com a idade).

Portanto, um avestruz é capaz de produzir cerca de 1600 ovos com sobrevivência de 640 descendentes de um ano, enquanto que uma vaca de corte, no máximo 8 a 12 bezerros durante a sua vida produtiva. Algumas aves podem botar até 120 ovos numa estação prolongada de postura. Entretanto, alguns fazendeiros da África do Sul preferem interromper a postura destas aves porque, segundo eles, os ovos mais tardios são menos férteis e na estação seguinte, a produção total diminuirá. A méd