Rosas

 

 

Não importa se vermelha, amarela, branca ou outra das diversas cores e nuances que possui, a rosa, a mais cobiçada das flores, é a celebração do amor, da compaixão e do carinho entre amantes, familiares, amigos e povos desde a Antiguidade. Como enaltece a planta a antiga canção do mestre compositor Pixinguinha, trata-se de "divina e graciosa estátua majestosa do amor". Dotada de tanta simbologia, a rosa tem muita procura para as mais variadas celebrações, assegurando bons lucros para produtores e comerciantes. Com mais de 200 espécies silvestres, cujos cruzamentos ao longo do tempo deram origem a mais de 30 mil versões híbridas, a rosa é cultivada em qualquer estação do ano, oferecendo muitas opções de plantio e boas oportunidades de mercado em todo o país.

Embora não gostem de umidade, hoje já existem roseiras mais resistentes e adaptadas a diferentes condições climáticas. Um exemplo disso é a concentração dos maiores produtores de rosas do mundo em Israel, onde os meses de inverno e verão são muito distintos. Com altas temperaturas e ambiente seco, o Nordeste é a região daqui que tem registrado produção crescente.

Da família das rosáceas, a planta é encontrada nas variedades arbustiva, cerca-viva, híbrida-de-chá, minirrosa, rasteira, sempre florida, biscuit e trepadeira. Todas apresentam a exuberância inerente à flor, com pétalas em diferentes formatos e aroma de perfume suave. Há opções para plantios em canteiros e em vasos, mas os cultivos devem ser sempre realizados em terra fofa e de qualidade. Em regiões como o Nordeste e o Cerrado, onde o solo é mais alcalino, recomenda-se o uso de pelo menos 50 gramas de calcário por metro quadrado.

A obtenção de novos exemplares é um dos desafios instigantes de quem produz rosa, desde que o profissional conte com muita experiência. O fascínio do ofício é retratado na novela Alma gêmea, em reprise na TV Globo. Na ficção, o protagonista, que é um botânico de sucesso no desenvolvimento das mais belas rosas, cria um exemplar especial para sua amada. Mais uma referência da sublimação do amor contida na imagem da flor.

 

RAIO X

SOLO: com muito material orgânico e adubação frequente
CLIMA: adapta-se a qualquer clima, mas prefere o clima temperado
ÁREA MÍNIMA: pode ser plantada em vasos
COLHEITA: primeiro corte ocorre de 40 a 45 dias após o plantio
CUSTO: R$ 8,50 a unidade no varejo

MÃOS DE OBRAS

INÍCIO - para conseguir rosas com cores intensas e perfumadas é preciso muita dedicação ao plantio, mas a qualidade das flores também depende da sua origem. Há vários viveiristas no mercado, mas sempre garanta a procedência das mudas tendo referências do local onde realizará a compra. Antes de iniciar o plantio, deixe as mudas armazenadas na sombra.
PLANTIO - acomode as mudas em covas com 30 centímetros de profundidade. Aos poucos, preencha a abertura com terra inicialmente em torno da raiz. Deixe a um centímetro fora da terra o ponto do enxerto, que fica na junção da raiz com o galho principal da muda. Regue sempre no horário de sol mais forte, ao meio-dia, até começar a floração. A partir daí, somente em períodos de seca. As roseiras não gostam de muita água. Mantenha a terra fofa e faça uma cobertura de solo com material vegetal. Uma recomendação é aplicar fungicidas assim que despontarem as primeiras folhas, quando a incidência de doenças é maior.
CANTEIRO - prepare o canteiro oito dias antes de iniciar o plantio, em local ventilado e com terreno bem drenado e incidência direta de sol o dia todo ou, no mínimo, seis horas. Para preparar a terra, use 10 litros de terra vegetal natural e 10 litros de esterco curtido de gado ou cavalo no mínimo por 60 dias. Como alternativa, pode ser aplicado composto orgânico, encontrado até em supermercados. Junte 100 gramas de farinha de ossos e misture bem. Remexa bastante a terra até 30 a 40 centímetros de profundidade. Quebre os torrões e retire as pedras. Repita a adubação no inverno e no verão e mantenha o canteiro livre de mato.
VASO - se a opção do plantio for em vaso, o tamanho dele deve ser proporcional ao porte da roseira. Vasos pequenos, com até 15 litros de volume, são adequados para as variedades biscuit e minirrosas, enquanto os grandes, de 30 litros, são indicados para as plantas arbustivas e trepadeiras. Em recipientes de 20 litros, cabem até três mudas de rosas flor-grande ou poliantas. A dica para obter um visual bonito é plantar mais de duas mudas juntas. Use adubo líquido a cada 15 dias seguindo as doses indicadas pelo fabricante.
PODAS - as roseiras necessitam de poda anual feita em junho, julho ou agosto. Deixe de quatro a cinco gemas por haste nas roseiras arbustivas. Nas trepadeiras, corte a ponta até um terço do tamanho da haste e conduza em curvatura para estimular a floração. Em arcos, as hastes facilitam a brotação e estimulam a floração. Na poda de limpeza, retire as flores murchas cortando-as com três a quatro folhas.
CUIDADOS - mais frequentes em grandes plantações, pragas e doenças também ocorrem em canteiros residenciais, parques e outros plantios pequenos. Fungicidas e inseticidas são eficientes, mas devem ser usados preventivamente.
CORTE - há duas maneiras de colher rosas. Quando as mudas são novas, as primeiras devem ter as hastes cortadas bem curtas. Em roseiras formadas, o corte das hastes pode chegar a até dois terços do comprimento do galho. A partir da primeira floração, o corte pode ser feito de 40 a 45 dias.